Comprar casa em Cascais continua a ser um objetivo de muita gente, mas as zonas premium têm preços elevados. A boa notícia é que existem bairros menos falados que estão a ganhar tração, com obras públicas, novos projetos e procura crescente. São as zonas emergentes: áreas ainda com preços mais ajustados, mas com fundamentos sólidos de valorização no médio prazo. Este guia mostra o que observar, onde procurar e como montar uma estratégia de investimento inteligente em 2025.
O que você vai econtrar neste artigo:
- O que é um bairro ou zona emergente em Cascais?
- Por que estas zonas estão a valorizar?
- Quais são as zonas emergentes em Cascais para 2026
- Perfis de comprador e estratégias de investimento
- Riscos e como mitigá-los
- Tendências externas que sustentam a procura
- Recomendações por objetivo
- Como a CAP International pode ajuda

O que é um bairro ou zona emergente em Cascais?
Uma zona emergente não é simplesmente um bairro barato. É uma área em transformação, onde já se veem sinais consistentes de melhoria: requalificação urbana, novos equipamentos e comércio de proximidade, melhor mobilidade e aumento de residentes com capacidade de compra. Em Cascais, estas zonas funcionam como portas de entrada para o concelho, permitindo comprar com desconto em relação às áreas de topo, mas com alicerces que suportam ganhos de médio prazo. São áreas de Cascais ainda relativamente acessíveis em comparação a bairros mais nobres e já consolidados, mas que apresentam sinais claros de valorização, tanto em preços e como em qualidade de vida, e que começam a atrair a atenção de investidores e moradores.
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Por que estes bairros e regiões estão a valorizar?
Vários fatores impulsionam o crescimento das zonas emergentes de Cascais em 2026:
- Melhorias na mobilidade: Em Cascais, os investimentos em mobilidade estão mudando o mapa de valor das áreas. Novas ligações e vias requalificadas, somadas a mais vida à pé (walkability) — calçadas contínuas, eixos verdes e ciclovias que convidam a andar — “encurtaram” as distâncias: bairros a 1–2 km do centrinho de Cascais ou das praias deixaram de parecer periféricos e agora estão a minutos do núcleo vibrante da Riviera Portuguesa. Melhor ainda: preservam um clima mais tranquilo e residencial, algo que o mercado costuma premiar. Muitas zonas emergentes ao norte já tinham saída rápida para Lisboa pelas A5 e A16; agora têm o melhor dos dois mundos: acesso fácil ao centrinho de Cascais e às belas praias da cidade, além de conexão rápida com a capital Lisboa.
- Procura por alternativas às zonas caras e convergência natural de preços: O preço alto de bairros mais nobres de Cascais afasta naturalmente os compradores destas zonas e redireciona a demanda para bairros emergentes com melhor relação custo-benefício. O mais interessante no mercado imobiliário de Cascais é que, mesmo sendo um território compacto, ainda é comum que áreass separadas por poucas centenas de metros exibam m² com preços muito distintos. A migração de demanda para bairros emergentes pressiona os valores destas novas áreas e contribui para uma convergência gradual dos preços na cidade. O contágio dos preços dos bairros vizinhos “premium” é uma questão de tempo.
- Projetos urbanísticos e obras públicas: Requalificações, melhoria de espaços públicos, novas áreas verdes e comércio de bairro aumentam a qualidade de vida e a perceção de valorConstruções de novos empreendimentos habitacionais e a criação de zonas verdes ou áreas comerciais elevam a atratividade local.
- Chegada de escolas internacionais: Mesmo que você não pretenda colocar os filhos em uma escola internacional, a chegada de um colégio desse nível costuma valorizar o entorno: famílias, principalmente de expatriados, que planejam matricular os filhos nestas escolas tendem a comprar ou alugar nas proximidades, a procura aumenta e os preços reagem. Cascais vem recebendo escolas internacionais de excelência por conta da demanda de estrangeiros na região, com nomes reconhecidos globalmente, que escolhem endereços estratégicos — muitas vezes junto a zonas emergentes ainda com preços de terrenos mais acessíveis. Vale ficar atento a esses perímetros. É o caso da King’s College School, em Cascais, que reforça esse movimento e tende a irradiar valorização para os bairros vizinhos.
- Chegada de novos hospitais: Da mesma forma que novas escolas, a chegada de um hospital privado costuma puxar valorização no entorno. O Grupo Lusíadas, um dos mais reconhecidos em Portugal, planeja expandir a rede na Grande Lisboa, com unidades previstas para atender a região de Cascais e Sintra. Uma delas está projetada para a Quinta da Beloura, o que deve beneficiar especialmente os bairros ao norte de Cascais e, como consequência, a percepção de valor imobiliário nestas zonas.
- Famílias de Lisboa se mudando para zonas mais tranquilas em Cascais – Nos últimos anos, cresce o movimento de famílias portuguesas que viviam há muito na capital e decidiram trocar a rotina cosmopolita por zonas suburbanas mais calmas e residenciais, sem abrir mão de serviços de qualidade. A região de Cascais oferece exatamente esse equilíbrio. Esse público tem priorizado regiões menos movimentadas e fora dos bairros mais populares e agitados da vila de Cascais que, na maioria das vezes, são os mais caros, favorecendo regiões em zonas mais calmas e não tão procuradas.
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Quais são as zonas emergentes em Cascais em 2025?
As principais zonas emergentes identificadas no concelho de Cascais, em 2025, são Alcabideche, Bairro do Rosário, Bairro da Torre, Abuxarda e Caparide. Vamos detalhar cada uma, incluindo preços médios, perfil típico de compradores e razões específicas para a valorização:
- Alcabideche –
- Preço médio (venda): ~3.200–3.800 €/m² para apartamentos comuns (T2/T3). Moradias podem ultrapassar essa média (chegando a ~4.500 €/m² em alguns casos). Este valor médio é competitivo para o concelho de Cascais, dado que inclui muitas casas espaçosas.
- Perfil do comprador: Sobretudo famílias portuguesas de classe média que procuram mais espaço (moradias ou T3) a um custo menor que na vila de Cascais, e também investidores de longo prazo.
- Motivos de valorização: Proximidade ao Cascais Shopping e outras comodidades, novas escolas e equipamentos na freguesia, e excelentes acessos rodoviários (está encostada à A5 e A16, facilitando deslocações a Lisboa, Sintra e resto da linha). Alcabideche oferece o equilíbrio entre tranquilidade suburbana e a conveniência de estar 5 minutos de carro de Cascais. O mercado local é robusto e maioritariamente de imóveis usados (90%), indicando espaço para renovação e valorização futura.
- Bairro do Rosário
- Preço médio: ~4.000–4.500 €/m² – Sendo parte da freguesia Cascais–Estoril, tem preços medianos um pouco abaixo do centro histórico de Cascais. Há apartamentos T2/T3 a partir de ~300 mil €, mas também moradias de luxo que ultrapassam 1 milhão, o que puxa a média para cima.
- Perfil do comprador: Muitos estrangeiros (notadamente brasileiros e franceses) escolhem o Rosário pela localização e ambiente residencial tranquilo, bem como famílias portuguesas que desejam ficar próximos do centro de Cascais sem pagar o prémio de zonas como Monte Estoril. É um bairro multicultural e de classe média-alta.
- Motivos de valorização: Localização central em Cascais, a poucos minutos do centro e da Marina, mas com um ambiente sossegado de bairro. O comércio local tem sido renovado, com novos cafés, padarias e pequenos mercados dando vida às ruas. Além disso, o Rosário é muito procurado para arrendamento de médio prazo por expatriados e nómadas digitais, garantindo rentabilidade aos investidores. A forte procura de arrendamento eleva preços e torna este bairro particularmente apetecível a quem compra para rentabilizar – um T2 no Rosário já atinge 1.800–2.200 € de renda mensal em 2025, demonstrando o apetite do mercado de arrendatários.
- Bairro da Torre –
- Preço médio: ~3.500–4.000 €/m². Este bairro situa-se na zona de Carcavelos (freguesia Carcavelos e Parede), e os preços ainda refletem um passado de “bairro de classe média”, apesar da recente valorização pós-Nova SBE. Há apartamentos T2 na casa dos 300-400 mil €.
- Perfil do comprador: Jovens casais portugueses aproveitam os preços mais baixos comparados a Cascais centro, e investidores (incluindo pequenos fundos e particulares) focados em arrendar quartos ou apartamentos a estudantes universitários e recém-licenciados.
- Motivos de valorização: A proximidade do campus da Universidade Nova SBE (Carcavelos) transformou a Torre num polo de alojamento estudantil. A poucos minutos a pé da praia de Carcavelos e da estação de comboios, o bairro oferece lifestyle de praia com ligação fácil a Lisboa (comboio ou A5). Acessos rápidos à Marginal e A5, e a melhoria geral da zona após a chegada da universidade, tornaram-na muito atrativa. Em poucos anos, entre 2016 e 2018, os preços no eixo Carcavelos/Torre subiram cerca de 45%, e a procura deverá manter-se elevada dada a escassez de casas disponíveis. Hoje, um T2 no Bairro da Torre rende cerca de 1.500 €/mês em arrendamento, tornando-o ideal para investimento.
- Abuxarda –
- Preço médio: ~3.000–3.600 €/m². A Abuxarda é uma zona residencial na fronteira entre Cascais e Alcabideche, com muitos prédios e moradias económicas. É comum encontrar T3 por 300–400 mil €.
- Perfil do comprador: Famílias jovens e casais a iniciar vida, pois aqui conseguem casas maiores (T3, T4 ou pequenas moradias) a preço bem mais acessível que no centro de Cascais. Alguns investidores atentos também compram para posterior revenda, apostando na requalificação em curso.
- Motivos de valorização: Houve uma requalificação habitacional intensa – a Câmara Municipal reabilitou prédios municipais degradados no bairro, melhorando fachadas, coberturas e áreas comuns. Novos serviços públicos surgiram nos arredores (escolas modernizadas, centros de saúde próximos em Alcabideche). A Abuxarda fica a curta distância de carro (5-10 min) do centro de Cascais, mas ainda tinha preços “de periferia”, o que está a mudar rapidamente. Exemplo: uma família comprou um T3 na Abuxarda em 2024 por 350.000 € e, em 2025, já o valor de mercado estimado rondava os 410.000 € – ou seja, +17% em um ano. Poucas zonas em Cascais oferecem este tipo de retorno em tão pouco tempo.
- Caparide –
- Preço médio: ~3.200–3.700 €/m². Caparide é uma localidade na freguesia de São Domingos de Rana (entre São Domingos e Parede). Tradicionalmente uma zona de moradias térreas e terrenos, tem visto novos condomínios surgir. Os preços por m² são semelhantes aos de Carcavelos/Parede mais afastados da praia, portanto mais baixos que Cascais.
- Perfil do comprador: Investidores imobiliários atentos ao eixo Carcavelos–Parede (Caparide fica perto da divisa) e alguns estudantes/trabalhadores estudantes que alugam quartos aqui pela proximidade à Nova SBE. Também aparece quem trabalhe em Lisboa – Caparide permite ter casa maior gastando menos, com a A5 acessível por perto.
- Motivos de valorização: Localização estratégica – em poucos minutos de carro se chega à Praia de Carcavelos (e campus da Nova) ou à autoestrada para Lisboa (A5). Tem a tranquilidade de um bairro residencial de subúrbio e, ao mesmo tempo, está muito bem conectado. Além disso, alguns empreendimentos novos (como o condomínio Caparide Prime recentemente lançado) colocaram Caparide no mapa de investidores. A escassez de terrenos na linha costeira faz com que zonas interiores como Caparide ganhem importância para construção nova. No arrendamento, um T1 em Caparide já alcança 1.000–1.200 € mensais, graças a estudantes e jovens profissionais que procuram divisões mais económicas que em Carcavelos.
Comparação de preços: zonas emergentes vs. zonas premium
Para contextualizar, vejamos quanto custam as zonas emergentes face às zonas premium de Cascais em 2025. A tabela abaixo resume os preços médios por metro quadrado e o perfil típico de cada zona:
| Zona | Preço médio €/m² (2025) | Perfil dominante de compradores/residentes |
|---|---|---|
| Quinta da Marinha | €8.000–10.000 | Mercado de luxo internacional (milionários) |
| Monte Estoril | €7.000–8.500 | Estrangeiros abastados (expats) + elite local |
| Centro de Cascais | €6.500–7.500 | Famílias tradicionais de Cascais + estrangeiros |
| Bairro do Rosário | €4.000–4.500 | Expats de classe média + famílias portuguesas |
| Bairro da Torre | €3.500–4.000 | Jovens casais + pequenos investidores |
| Alcabideche | €3.200–3.800 | Classe média (procurando espaço/casa maior) |
| Abuxarda | €3.000–3.600 | Famílias jovens em início de vida |
| Caparide | €3.200–3.700 | Investidores (rendimento) + estudantes |
Cascais apresenta preços elevados a nível nacional. Em 2025, o preço médio de oferta no concelho é ~€4.800/m², ligeiramente inferior ao de Lisboa, mas alguns bairros de luxo excedem facilmente os €7.000/m² – por exemplo, a média de €8.469/m² no Estoril ou casos extremos de apartamentos de frente mar a €15–30 mil/m². As zonas emergentes, por seu turno, situam-se mais próximas dos valores médios da periferia de Cascais ou do concelho de Oeiras, o que indica maior margem de crescimento até atingirem patamares “prime”.
Observando a tabela: nota-se que o gap de preços entre emergentes e premium é significativo. Por exemplo, comprar em Alcabideche ou Abuxarda sai quase metade do preço por m² de comprar no centro de Cascais ou Estoril. Essa diferença tende a encolher no futuro, à medida que os emergentes valorizam. Para o investidor, isto traduz-se numa oportunidade de comprar “barato” hoje e potencialmente vender muito mais caro daqui a alguns anos, caso a convergência ocorra.
Zonas emergentes ideais para famílias jovens
Para jovens casais e famílias à procura de casa em Cascais, as zonas emergentes oferecem a possibilidade de morar no concelho sem gastar milhões, mantendo boa qualidade de vida para criar filhos. Com base nas características de cada bairro, destacamos:
- Alcabideche e Abuxarda: São excelentes para famílias que precisam de escolas, segurança e espaço. Em Alcabideche existem várias escolas (públicas e privadas) de qualidade num raio pequeno, parques infantis e supermercados. O trânsito local é fluido e há estacionamento – coisas importantes para quem tem crianças. Na Abuxarda, há muitos T3 espaçosos em condomínios calmos, ideais para quem está a crescer a família. Os preços mais acessíveis permitem comprar um T3 com o orçamento que em outras zonas mal compraria um T2. Além disso, ambas têm melhor relação preço/m² vs. área – ou seja, a família consegue uma casa maior pelo mesmo dinheiro que gastaria numa casa menor noutra zona.
- Bairro da Torre: É uma opção a considerar para famílias jovens que valorizam proximidade à praia e ao comércio local. Embora os apartamentos não sejam tão grandes quanto em Alcabideche, a Torre permite ir a pé até à praia de Carcavelos para programas em família, e tem lojas, cafés e mercado nas redondezas (além do grande centro comercial Riviera a poucos minutos). A zona é segura e tem muitas famílias jovens já a morar lá, criando um ambiente comunitário. Nota: Sendo Carcavelos, crianças e adolescentes poderão estudar na internacional Saint Julian’s School ou noutras escolas de Carcavelos/Parede, conhecidas pela qualidade, sem estarem longe de casa.
Caso real: Uma família adquiriu um T3 na Abuxarda em meados de 2024 por €350.000. Em 2025, após pequenas melhorias, o imóvel foi reavaliado em cerca de €410.000. Ou seja, em um ano ganharam ~€60 mil de valorização (simulada) – algo que seria impensável numa zona já cara, mas que ilustra o potencial destas áreas emergentes quando a procura familiar é alta e a oferta começa a escassear.
Zonas emergentes ideais para investidores imobiliários
Se o objetivo é investir – seja para revenda futura ou rendimento de arrendamento – algumas zonas emergentes destacam-se:
- Caparide e Bairro da Torre: São ideais para arrendamento direcionado a estudantes universitários e expatriados jovens. Estão ambos próximos do campus da Nova SBE (5-10 minutos de bicicleta ou carro), o que garante um fluxo constante de potenciais inquilinos (alunos de mestrado, doutoramento, professores deslocados, etc.). No caso da Torre, há ainda procura de surfers e nómadas digitais que preferem Carcavelos. Como referência, em 2025 um apartamento T2 na Torre gera renda em torno de €1.500/mês e um T1 em Caparide cerca de €1.100/mês. As yields brutas nestes casos podem superar 4-5% ao ano, bastante interessantes dada a valorização potencial simultânea do imóvel.
- Bairro do Rosário: Este bairro, embora mais caro de entrar, possui alta procura em arrendamentos de média duração (6 meses a 1 ano), tipicamente por profissionais deslocados e reformados estrangeiros que testam viver em Cascais. Investidores têm tido sucesso arrendando T2/T3 mobilados no Rosário por €1.800–2.200/mês a estas clientelas. A vantagem é que a vacância tende a ser baixa – Cascais tem procura turística e corporativa o ano todo – e o Rosário, por ser central, atrai quem quer morar perto de tudo sem necessidade de carro. Para short-rentals (alojamento local) o Rosário também é interessante, embora sujeito às regras municipais.
- Alcabideche (seleção de subzonas): Investidores de perfil mais estratégico olham para certas áreas de Alcabideche (como Murches ou Bicesse) onde ainda existem terrenos e casas para renovar. Murches, por exemplo, é muito procurado para moradias familiares e já teve vários projetos novos, enquanto Bicesse oferece preços mais baixos que Cascais e ainda assim boa ligação à A5. Comprar moradias antigas para renovar nestas subzonas pode oferecer margens de lucro significativas na revenda, pois há escassez de casas modernas na área. É uma jogada de fix & flip (comprar, reabilitar e vender) que alguns investidores estão a fazer na linha de Cascais.
Dica: Em zonas emergentes, para maximizar retorno, o investidor deve estudar bem o público alvo de cada bairro. Por exemplo, um T2 na Torre pode ser excelente para arrendar a 2 ou 3 estudantes (maximizando renda por quarto), enquanto um T2 no Rosário talvez seja melhor posicioná-lo para um casal estrangeiro em trabalho remoto. Conhecer essas nuances permite estratégias de investimento sob medida.
Análise de risco e mitigação
Investir em zonas emergentes de Cascais traz ótimas perspetivas de valorização, mas não é isento de riscos. É importante avaliar os riscos específicos de cada zona e preparar estratégias para mitigá-los. A tabela abaixo resume alguns fatores de risco, comparando as zonas emergentes:
| Fator de Risco | Alcabideche | Rosário | Torre | Abuxarda | Caparide |
|---|---|---|---|---|---|
| Liquidez na revenda (facilidade de vender no futuro) | Médio – mercado ativo mas menos prestígio que centro | Baixo – vendas rápidas devido à alta procura | Médio – procura boa mas oferta limitada pode ser desafio | Médio – interesse crescente, mas nicho | Médio – pode precisar do comprador certo (zona menos conhecida) |
| Atrasos em obras públicas (infraestruturas prometidas não concluírem a tempo) | Médio – alguns projetos podem atrasar | Baixo – zona já consolidada, poucas obras pendentes | Médio – crescimento depende de melhorias continuadas | Médio – requalificações em curso, risco moderado | Médio/Alto – projetos urbanísticos podem demorar mais nesta área |
| Dependência do turismo (exposição a flutuações de turismo e curta duração) | Baixo – mercado mais residencial local | Médio – alguma exposição a arrendamento sazonal de expats/turistas | Médio – estudantes e verão podem influenciar, mas não crítico | Baixo – residencial doméstico | Médio – alguma procura ligada a universidade e verão |
| Risco regulatório (mudanças nas leis de arrendamento, aloj. local, etc.) | Médio – eventuais restrições AL podem afetar pouco (poucos AL) | Baixo – mercado de médio prazo menos afetado por AL | Médio – invest. estudantes dependem de não haver restrições a arrend. quartos, etc. | Médio – pouca influência regulatória direta | Médio – se regras mudam, impacto moderado no arrendamento a estudantes |
Legendas: “Baixo” significa risco baixo; “Médio” risco moderado; “Médio/Alto” moderado tendendo a alto.
Como se vê, o Bairro do Rosário apresenta, em geral, riscos mais baixos – é uma zona já madura e com liquidez elevada (imóveis bem localizados sempre têm compradores interessados). Já Caparide pode ter um pouco mais de risco em termos de atraso de obras (por depender de projetos municipais futuros, como a expansão de habitação) e de liquidez, já que ainda está a construir reputação. Alcabideche, Torre e Abuxarda situam-se num meio-termo, com riscos típicos de zonas em transição (não tão líquidos como o centro, mas sem depender exageradamente de um só fator).
Cenários de valorização anual (2025–2030)
Qual poderá ser a valorização futura destas zonas emergentes? É impossível prever com exatidão, mas com base na evolução recente e nos fundamentos do mercado, podemos desenhar cenários conservador, base e otimista de crescimento médio anual para 2025–2030:
| Zona | Cenário Conservador | Cenário Base | Cenário Otimista |
|---|---|---|---|
| Alcabideche | +2.5% a 3% a.a. | +3.5% a 4% a.a. | +5% a 6% a.a. |
| Bairro do Rosário | +2.5% a 3% a.a. | +4% a 4.5% a.a. | +6% a 7% a.a. |
| Bairro da Torre | +2.5% a 3% a.a. | +3.5% a 4% a.a. | +5.5% a 6.5% a.a. |
| Abuxarda | +2% a 2.5% a.a. | +3% a 3.5% a.a. | +5% a 6% a.a. |
| Caparide | +2.5% a 3% a.a. | +3.5% a 4% a.a. | +5.5% a 6.5% a.a. |
Explicação: No cenário conservador, assume-se alguma desaceleração do mercado imobiliário (juros altos, menor procura estrangeira, etc.), mas ainda assim as zonas emergentes de Cascais continuariam a crescer ligeiramente acima da inflação (~2-3%). No cenário base, mantém-se o ímpeto atual de Cascais, com procura interna e internacional sólida – projeções independentes estimam ~+5.8% de crescimento para o mercado português em 2025, o que encaixa nestas taxas de ~4% em média para as zonas emergentes (um pouco menos para as já em forte alta, caso de Alcabideche, e um pouco mais para Rosário ou Torre que podem superar a média). No cenário otimista, presume-se Cascais a atrair grandes investimentos (ex.: novo hub tecnológico, turismo premium em alta) e oferta limitada – assim, bairros emergentes poderiam valorizar entre 5% e 7% ao ano, duplicando de valor em pouco mais de 10 anos.
Obviamente, a realidade poderá divergir. Mas estes cenários ajudam a ter um quadro de potencial. Notemos que mesmo no cenário base, investir numa zona emergente de Cascais poderia render cerca de +20% de valorização acumulada em 5 anos (aproximadamente 4% a.a. composto), além dos rendimentos de arrendamento se aplicável – um desempenho bastante atrativo quando comparado com aplicações financeiras tradicionais.
Que zona emergente escolher? (perfil do comprador)
Cada investidor ou comprador tem objetivos e necessidades diferentes. Abaixo fazemos uma segmentação específica, recomendando zonas emergentes conforme o perfil:
- Profissionais em teletrabalho híbrido: Escolhas ideais: Bairro do Rosário, Bairro da Torre e Caparide. – Motivo: acesso relativamente fácil a Lisboa (de carro ou comboio) mas com qualidade de vida superior (praia, espaço, tranquilidade). Rosário e Torre permitem combinar escritório em casa com encontros presenciais ocasionais em Lisboa. Caparide oferece casas maiores e boa ligação rodoviária para quem precisa de espaço de escritório e rápido acesso à A5.
- Reformados estrangeiros (expatriados): Escolhas ideais: Bairro do Rosário e Alcabideche (algumas zonas como Murches). – Motivo: Rosário pela conveniência (perto de serviços de saúde, comércio, passeios marítimos) e um ambiente seguro e cosmopolita; Alcabideche (e arredores como Murches/Birre) pelas moradias espaçosas em zonas calmas junto à natureza, onde muitos estrangeiros apreciam passar a reforma com privacidade e conforto.
- Famílias com filhos pequenos: Escolhas ideais: Abuxarda e Alcabideche. – Motivo: Preços acessíveis possibilitam adquirir moradias ou T3 amplos, existem escolas e creches próximas, e são áreas residenciais com outras famílias (ambiente comunitário). Em Alcabideche há espaços verdes e até quintais, algo difícil de obter em apartamentos no centro de Cascais.
- Estudantes universitários e jovens recém-formados: Escolhas ideais: Bairro da Torre e Caparide. – Motivo: Proximidade à Nova SBE e a Carcavelos (no caso da Torre) e rendas um pouco mais baixas (no caso de Caparide). Muitos estudantes dividem casa nestes bairros para ficar perto da faculdade e da praia. Um investidor pode, portanto, direcionar imóveis nessas zonas para este segmento com alta demanda garantida.
(Resumidamente: jovens e famílias → Abuxarda, Alcabideche; expats e aposentados → Rosário, Alcabideche; estudantes → Torre, Caparide.)
FAQ – Perguntas frequentes sobre investir em zonas emergentes de Cascais
Q: Quais são atualmente as zonas mais acessíveis para comprar casa em Cascais?
A: Dentro do concelho de Cascais, as zonas emergentes como Alcabideche, Abuxarda e Caparide apresentam preços por m² mais acessíveis (na faixa de €3k–€3.8k/m²), significativamente abaixo das áreas nobres onde facilmente se ultrapassa os €6k/m². São boas opções para entrar no mercado de Cascais com um orçamento mais limitado, sem abrir mão da localização privilegiada do concelho.
Q: Que zonas emergentes têm maior potencial de valorização nos próximos anos?
A: É sempre especulativo, mas pelo que se observa: o Bairro do Rosário e o Bairro da Torre despontam com grande potencial. O Rosário, por estar ao lado do centro de Cascais, tende a aproximar-se cada vez mais dos valores do centro (especialmente com a requalificação de prédios antigos). A Torre, por sua vez, já viu fortes subidas devido à Nova SBE e deve continuar a valorizar acompanhando o desenvolvimento de Carcavelos. Outras com bom potencial: Caparide (se novos projetos continuarem) e Abuxarda (à medida que mais pessoas descobrirem a relação preço/localização vantajosa).
Q: Investir numa zona emergente é seguro? Ou seja, o que garante que a zona vai mesmo valorizar?
A: Não existe “garantia” absoluta – há sempre riscos. Contudo, investir numa zona emergente de Cascais em 2025 é relativamente seguro quando se faz o trabalho de casa: verificar se há procura consistente, se os projetos de melhoria são reais e se a zona não tem fatores negativos ocultos. Cascais em geral é um mercado resiliente (mesmo em crises, a procura por viver aqui retoma rapidamente). Zonas emergentes estão dentro de um concelho com elevada qualidade de vida, o que por si só atrai compradores continuamente. Ao tomar as precauções de due diligence (como discutido na análise de risco), mitiga-se bastante a incerteza. Além disso, pode contar com apoio jurídico e aconselhamento profissional para navegar o processo – isso adiciona segurança ao investimento. Portanto, a resposta é: sim, é seguro investir, desde que seja um investimento informado e com acompanhamento adequado.
Q: Qual dessas zonas emergentes é melhor para comprar e depois arrendar?
A: Se o foco for rendimento de arrendamento, destacaria duas estratégias:
- Para arrendar a estudantes e jovens profissionais, o Bairro da Torre e Caparide são excelentes. Torre pela procura universitária e proximidade da praia (pode arrendar quartos individualmente a excelente preço no verão, por exemplo), Caparide pelo déficit de oferta para tantos alunos da Nova SBE – muitos acabam por procurar casa em São Domingos de Rana.
- Para arrendar a estrangeiros (expats), então o Bairro do Rosário é uma escolha certeira. A maioria dos profissionais internacionais prefere ficar perto do centro de Cascais, podendo ir a pé a restaurantes, marina, etc., e o Rosário oferece isso a um custo ligeiramente menor que viver mesmo no centro. Imóveis lá têm tido muita demanda para contratos de 1 ano renováveis junto de multinacionais, embaixadas, etc.
Claro que Alcabideche e Abuxarda também podem dar rendimento (especialmente arrendamento familiar de longa duração, com yields ~3-4%), mas as três zonas citadas tendem a permitir rendimentos mais altos por m². Por exemplo, arrendar um T2 no Rosário rende mais que o mesmo T2 em Alcabideche, dada a disposição dos inquilinos em pagar pela localização.
Conclusão
Investir em zonas emergentes de Cascais em 2025 é uma forma inteligente de entrar no mercado imobiliário de uma das regiões mais desejadas de Portugal, aproveitando preços ainda “sustentáveis” e um forte potencial de valorização a longo prazo. Em vez de pagar o prémio das zonas premium, o comprador/investidor nestes bairros emergentes consegue maximizar o valor do seu dinheiro e beneficiar do crescimento futuro do concelho.
Em resumo prático, considerando objetivos diferentes:
- Para morar (famílias residentes): bairros como Alcabideche ou Abuxarda oferecem casas grandes a preços comportáveis e boa qualidade de vida diária (escolas, serviços, segurança).
- Para investir (valorização e renda): áreas como Caparide e Bairro da Torre são oportunidades claras – mercado de arrendamento ativo e tendência de subida de preços acelerada.
- Para estrangeiros/expatriados: o Bairro do Rosário equilibra bem a experiência cascaisense (perto do mar e centro) com preços ligeiramente mais baixos que os topos de gama, sendo ideal tanto para viver como para investir pensando nesse público.
Em qualquer investimento, é fundamental basear a decisão em dados concretos e na realidade do mercado atual – não apenas em previsões otimistas. Cascais está sujeita a ciclos económicos e a políticas (por exemplo, alterações fiscais sobre residentes estrangeiros podem impactar a procura). Por isso, mantenha-se informado: acompanhe relatórios imobiliários, consulte profissionais locais e faça visitas às zonas para sentir no terreno as transformações.
No final do dia, as zonas emergentes de Cascais representam a melhor relação risco-retorno no mercado imobiliário da Linha de Cascais neste momento. Quem comprar agora nestes bairros poderá, em alguns anos, colher os frutos de ter investido antes do resto do mercado “descobrir” totalmente o seu valor. Se pretende dar esse passo, avalie qual destas áreas se alinha com os seus objetivos e perfil – e boa sorte na busca da casa ou investimento certo!
Nota: Os valores de preços mencionados baseiam-se em dados de 2024–2025 de portais imobiliários e estudos de mercado, podendo variar conforme o tipo de imóvel e especificidades de cada transação. Recomenda-se verificar as cotações mais recentes no momento da decisão de compra. As tendências de valorização referidas consideram um cenário de mercado estável; resultados reais podem divergir. Em caso de dúvida, procure aconselhamento personalizado.