A “taxa de esforço” é um dos indicadores mais importantes na análise financeira de quem busca um empréstimo, especialmente quando o objetivo é financiar a compra de imóveis em Portugal. Em Portugal, assim como em muitos outros países, este índice é utilizado pelas instituições financeiras para avaliar a capacidade de um cliente de arcar com as prestações do empréstimo solicitado. Neste artigo, exploraremos o conceito da taxa de esforço, como ela é calculada e sua aplicação prática no contexto de empréstimos imobiliários em Portugal.
1. O que é a Taxa de Esforço?
A taxa de esforço é um indicador financeiro que mede a proporção da renda mensal de uma pessoa ou família que será destinada ao pagamento de dívidas, como prestações de empréstimos. No contexto de um empréstimo imobiliário, ela representa a relação entre a prestação mensal do crédito habitação e o rendimento mensal disponível do solicitante.
Em termos simples, a taxa de esforço serve como uma forma de avaliar o quão “apertado” o orçamento de um comprador ficará ao contrair uma nova dívida, garantindo que o solicitante do empréstimo não comprometa mais da sua renda do que seria considerado financeiramente seguro.
2. Como a Taxa de Esforço é Calculada?
A fórmula básica para calcular a taxa de esforço é a seguinte:
Passos para o Cálculo:
- Prestação Mensal do Empréstimo: Este valor inclui todas as parcelas relacionadas ao crédito habitação, incluindo capital, juros e outros encargos, como seguros obrigatórios.
- Rendimento Líquido Mensal: Refere-se ao total dos rendimentos líquidos (salário após impostos) que o solicitante recebe mensalmente, ou, no caso de casais ou famílias, a soma das rendas líquidas conjuntas.
A taxa de esforço é expressa em porcentagem. Uma taxa de esforço de 30%, por exemplo, indica que 30% do rendimento mensal será destinado ao pagamento das prestações do crédito.
3. Qual a Taxa de Esforço Ideal para Empréstimos Imobiliários?
As instituições financeiras portuguesas geralmente consideram uma taxa de esforço entre 30% e 35% como o limite ideal para a aprovação de um crédito habitação. Isso significa que o solicitante pode comprometer até 35% do seu rendimento líquido mensal para pagar o empréstimo.
Se a taxa de esforço ultrapassar esse limite, o risco de inadimplência aumenta, e os bancos podem recusar o financiamento ou exigir uma entrada maior para reduzir o valor financiado. Manter uma taxa de esforço equilibrada é fundamental para garantir que o pagamento das prestações não afete o orçamento familiar de forma excessiva.
Recomendações dos Bancos:
- Taxa de Esforço Ideal: Entre 30% e 35% do rendimento mensal.
- Acima de 40%: Considerado um risco elevado para o banco e para o solicitante.
- Acima de 50%: Dificilmente será aprovado, a menos que haja garantias ou outras formas de redução do risco.
IMPORTANTE: Este artigo é meramente informativo, com base na experiência que temos como corretores de imóveis em Portugal. Na qualidade de imobiliária, não concedemos crédito habitacional, serviço este prestado pelos bancos e instituições próprias para esta finalidade. Recomendamos sempre buscar a orientação de um intermediário de crédito, profissional capacitado para fazer frente aos diversos bancos, no melhor interesse do comprador. Podemos indicar intermediários de crédito, caso seja seu interesse financiar a compra de um imóvel em Portugal. Clique aqui se você quer saber mais sobre os intermediários de crédito
4. Exemplo Prático: Cálculo da Taxa de Esforço para Crédito Habitação em Portugal
Vamos considerar um exemplo de um casal que deseja comprar uma casa em Portugal, e que ambos têm rendimentos mensais líquidos.
Dados do Casal:
- Rendimento Líquido Mensal do Comprador 1: €1.500
- Rendimento Líquido Mensal do Comprador 2: €1.300
- Prestação Mensal do Empréstimo: €600
Cálculo:
Primeiro, somamos os rendimentos mensais líquidos:
Neste exemplo, a taxa de esforço seria de 21,43%, o que está dentro da faixa considerada segura pela maioria dos bancos, permitindo que o casal tenha margem para a aprovação do empréstimo, dependendo de outros fatores de análise.
5. Impacto da Taxa de Esforço no Processo de Aprovação de Empréstimos
A taxa de esforço é um dos principais critérios utilizados pelos bancos para avaliar a viabilidade de conceder um empréstimo imobiliário. Entretanto, outros fatores também são levados em consideração, como:
- Histórico de crédito: Se o solicitante tem um bom histórico de pagamentos e não possui dívidas em atraso.
- Estabilidade de rendimentos: Contratos de trabalho estáveis ou rendimentos constantes são vistos como fatores positivos.
- Valor da entrada (down payment): Quanto maior for a entrada, menor será o valor do financiamento e, consequentemente, a prestação mensal, o que pode reduzir a taxa de esforço.
Os bancos portugueses costumam ser rigorosos na análise da capacidade de pagamento para evitar o risco de inadimplência, especialmente após a crise financeira de 2008, que impactou fortemente o setor imobiliário global.
6. Como Melhorar a Taxa de Esforço?
Se a sua taxa de esforço estiver acima do limite recomendado, existem algumas estratégias que podem ser adotadas para melhorar essa situação e aumentar suas chances de obter o financiamento desejado:
- Aumentar a entrada: Quanto maior for o valor da entrada, menor será o montante financiado e, portanto, a prestação mensal, reduzindo a taxa de esforço.
- Negociar prazos maiores: Alargar o prazo do empréstimo pode reduzir o valor das prestações mensais, ajustando a taxa de esforço.
- Consolidar dívidas: Se o solicitante tiver outras dívidas, consolidá-las pode ajudar a reduzir o impacto mensal dessas obrigações e liberar mais rendimento para o crédito habitação.
A taxa de esforço é uma ferramenta essencial para garantir a segurança financeira tanto para o comprador quanto para a instituição financeira que concede o crédito. No contexto do mercado imobiliário em Portugal, entender esse indicador ajuda os compradores a planejar suas aquisições de forma mais consciente e responsável, evitando endividamentos excessivos e problemas financeiros no futuro.
Manter a taxa de esforço dentro dos limites recomendados é fundamental para garantir a aprovação de um empréstimo imobiliário e assegurar que o pagamento das prestações não comprometa a saúde financeira do comprador a longo prazo.
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