A Pink Street, a famosa Rua Cor de Rosa de Lisboa, é hoje um dos endereços mais fotografados e animados da cidade. Oficialmente chamada de Rua Nova do Carvalho, ganhou projeção internacional após um projeto de reabilitação urbana concluído em 2013, quando o pavimento foi pintado de rosa e a rua passou a ser exclusiva para pedestres. A intervenção marcou uma virada definitiva no Cais do Sodré e deu à rua a identidade visual que a tornou um dos símbolos da vida badalada lisboeta.

Além do chão rosa, outro elemento característico da Pink Street são os guarda-chuvas coloridos suspensos sobre a rua, que criam um efeito visual marcante e extremamente fotogênico. A Pink Street é conhecida pela concentração de bares, restaurantes e casas de música, garantindo um ambiente sempre animado, especialmente durante a noite. Um dos espaços mais conhecidos é a Pensão Amor, que preserva e reinterpreta parte da história da rua, remetendo ao seu passado ligado à vida portuária do Cais do Sodré, aos marinheiros e às antigas casas de entretenimento e bordéis que marcaram o início do século XIX.
A transformação da rua projetou a Pink Street internacionalmente. Hoje, ela figura em listas de destinos imperdíveis ao redor do mundo e foi destacada pelo New York Times como uma das ruas mais interessantes da Europa, consolidando-se como um dos principais pontos de encontro da vida noturna lisboeta.
Onde fica a Pink Street no Cais do Sodré?
A Rua Rosa fica no bairro do Cais do Sodré, em Lisboa, muito próxima ao rio Tejo. Ela liga a zona da Praça Dom Luís I e do Mercado da Ribeira, hoje conhecido como Time Out Market Lisboa, à área mais baixa do bairro, passando por baixo do arco da Rua do Alecrim, que marca essa transição entre o Chiado e o Cais do Sodré. É uma rua curta, fácil de identificar pelo pavimento rosa e pelos guarda-chuvas suspensos, situada numa das áreas mais centrais e bem conectadas da cidade, com fácil acesso a pé, metro, comboio e elétrico.
Da decadência portuária à Rua Cor-de-Rosa como conhecemos hoje
No início do século XIX, o Cais do Sodré era uma área marcada pela intensa atividade portuária e por condições pouco atrativas, com praias fluviais poluídas e uso essencialmente funcional. A partir de 1855, a região começou a ser revitalizada e já no final do século XIX, o Cais do Sodré havia se transformado num ponto de encontro social importante em Lisboa, frequentado por intelectuais, artistas, burgueses e membros da elite da época, o que ajudou a moldar a identidade boêmia que a região carregaria ao longo do tempo.
Nas décadas seguintes, especialmente a partir dos anos 1920, a proximidade com o porto e a circulação de marinheiros e trabalhadores portuários impulsionaram o surgimento de uma vida noturna alternativa em várias ruas do Cais do Sodré, com destaque para a Rua Nova do Carvalho. Entre as décadas de 1930 e 1980, surgiram bares e discotecas que se tornaram referências da noite lisboeta, como Jamaica, Europa, Tamisa, Texas Bar e Shangri-La.
A partir de 2011, com uma iniciativa da Associação do Cais do Sodré em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, teve início um processo estruturado de revitalização da área. Em 2013, foi desenvolvido um projeto de intervenção urbana assinado pelo arquiteto português José Adrião, que nivelou a Rua do Carvalho com as calçadas laterais, facilitou a instalação de esplanadas e reforçou o uso da rua como espaço de convivência voltado para pedestres. A pintura do pavimento em rosa consolidou simbolicamente essa transformação e marcou o nascimento da Pink Street como ela é conhecida hoje. Acesse o perfil oficial da rua no Instagram.

O que fazer na Pink Street: bares, sabores e experiências
A oferta na Rua Rosa é diversa e atende a diferentes perfis. Durante o dia, o local atrai fotógrafos, curiosos e visitantes em busca de cafés, pastelarias e vinhos. À noite, transforma-se num corredor de música, cocktails e esplanadas.
Entre os destaques gastronômicos e de lazer estão:
Pensão Amor
A Pensão Amor ocupa um edifício que, no passado, funcionou como um bordel no Cais do Sodré. O local fazia parte da rotina noturna frequentada por marinheiros, trabalhadores do cais e personagens marginais que marcaram a história da rua. Esse passado da Rua Rosa é assumido de forma clara e sem filtros, servindo como base para a identidade do espaço até hoje.
Reaberta em 2011, durante o processo de revitalização do Cais do Sodré, a Pensão Amor foi totalmente reinventada como bar cultural, casa noturna e espaço de experiências, mantendo referências visuais e narrativas do antigo bordel. Além dos bares e das salas decoradas em estilo vintage, o local abriga o Madam’s Lodge, um conceito de hospedagem temática instalado nos antigos quartos, onde cada suíte conta histórias inspiradas em personagens reais da época. Hoje, a Pensão Amor é um dos pontos mais icônicos da Pink Street, unindo memória histórica, entretenimento e uma atmosfera provocadora que ajuda a contar a evolução da Rua Cor de Rosa. Saiba mais sobre a Pensão do Amor
Sol e Pesca
Instalado no espaço de uma antiga loja tradicional de artigos de pesca que abastecia pescadores e trabalhadores do cais, o Sol e Pesca preservou elementos e acessórios da decoração original, como redes, boias, anzóis e canas nas paredes, criando um clima nostálgico e totalmente ligado ao mar. A proposta é simples e genial: conservas de peixe portuguesas servidas como protagonistas, acompanhadas por combinações criativas de temperos e legumes, com os óleos das latas assumindo papel central no sabor dos pratos. Sardinhas, ovas e muxama dividem espaço com vinhos, licores e moscatéis também nacionais, reforçando a ligação do bar com a tradição marítima e gastronômica de Lisboa
Povo
O Povo é um dos estabelecimentos mais conhecidos da Pink Street e funciona como um contraponto interessante à vida noturna mais agitada da Rua Nova do Carvalho. Com proposta inspirada nas antigas tascas portuguesas, o espaço combina restaurante e bar, servindo pratos tradicionais da gastronomia portuguesa num ambiente descontraído e autêntico. Ao longo do dia e da noite, é comum encontrar tanto quem vai para uma refeição tranquila quanto quem passa para beber algo antes ou depois de circular pelos bares da rua, e em alguns momentos a música ao vivo, incluindo fado, reforça essa ligação com a cultura lisboeta dentro de um dos pontos mais animados do Cais do Sodré.
Espumantaria do Cais
Instalado numa antiga garagem, a Espumantaria do Cais tem no espumante da casa a sua grande estrela, servido a copo ou em garrafa, mas também aposta forte em cocktails à base de espumante, além de sangrias, cervejas e gins, sempre acompanhados por alguns petiscos simples. É um daqueles lugares onde você pode tanto ficar mais tempo no bar quanto começar a noite por ali, tomar uma taça e depois experimentar outros estabelecimentos ao longo da Rua Cor-de-Rosa. O ambiente é descontraído e vibrante, com mesas ao ar livre espalhadas pela rua e um interior animado, onde a música e o DJ ajudam a manter o ritmo da noite no Cais do Sodré.
Bar do Cais
Se a intenção é beber alguns copos e ainda gastar energia na pista, o Bar do Cais costuma cumprir bem esse papel na Rua Cor-de-Rosa. O espaço combina a informalidade de um bar tradicional com uma pista de dança no interior, o que permite alternar facilmente entre o balcão e a música ao longo da noite. É um daqueles lugares onde a noite flui de forma natural, atraindo quem quer dançar, socializar e aproveitar o ritmo animado do Cais do Sodré sem sair da Rua Nova do Carvalho.
Outros espaços como Pensão Amor, Espumantaria do Cais, Pink Wine Point, Gin Lovers e Apotheka completam o circuito, oferecendo desde cocktails autorais até provas de vinhos e espumantes portugueses.
Explorar os arredores
Além dos bares e restaurantes da própria Pink Street, vale muito a pena explorar os arredores e as ruas vizinhas, já que a Rua Cor-de-Rosa está inserida numa das zonas mais animadas e bem localizadas de Lisboa. A poucos passos fica o Mercado da Ribeira, hoje conhecido como Time Out Market Lisboa, que reúne uma grande variedade de restaurantes, bares e opções gastronômicas, funcionando tanto de dia quanto à noite. Logo acima está a Rua do Alecrim, uma das principais ligações entre o Cais do Sodré, o Chiado e o Bairro Alto, repleta de lojas, cafés, restaurantes e bares que ajudam a prolongar o passeio para além da Pink Street.
Como é morar no Cais do Sodré
O Cais do Sodré é um dos bairros mais dinâmicos e em constante transformação de Lisboa, combinando a herança histórica e uma vida urbana muito ativa. Antiga zona portuária e comercial, o bairro passou por uma grande requalificação e hoje reúne alguns dos principais pontos de encontro da cidade, com destaque para a oferta de bares, restaurantes, mercados e espaços culturais. Bem servido por transportes públicos, incluindo metro, comboio e elétricos, o Cais do Sodré tornou-se uma área muito frequentada tanto por lisboetas quanto por visitantes.
Ao mesmo tempo, é um bairro com perfil mais boêmio e uma vibe urbana intensa e agitada, o que faz com que não seja, de forma geral, a escolha mais indicada para quem procura um ambiente residencial tranquilo, especialmente para famílias. Ainda assim, existem zonas próximas mais preservadas do fluxo intenso de pessoas e mais silenciosas, sobretudo ao subir a Rua do Alecrim em direção ao Bairro Alto e ao Chiado Alto, onde se encontram algumas das ruas mais sofisticadas de Lisboa, com atmosfera mais reservada, bons edifícios residenciais e proximidade de comércio, cultura e serviços. Por isso, conhecer bem a região é fundamental antes de decidir onde morar nas imediações do Cais do Sodré.
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Pink Street: mais do que uma rua rosa
A Pink Street não é apenas uma rua colorida. É um projeto urbano que reflete a capacidade de Lisboa de reinventar espaços centrais, conciliando tradição, inovação, turismo e vida cultural. Sua história ilustra as oportunidades e os desafios da reabilitação urbana, transformando um antigo reduto marginal num dos símbolos mais vivos da cidade.
Hoje, caminhar pela Rua Nova do Carvalho é experimentar Lisboa em sua forma mais contemporânea: criativa, contraditória, vibrante e profundamente urbana.