O mercado imobiliário em Portugal continua a dar sinais de dinamismo. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o ano de 2024 teve um crescimento tanto no licenciamento e construção de habitações quanto no número de transações de compra e venda. Mas o dado que mais chama atenção é que as vendas de imóveis novos ultrapassaram o número de novas casas concluídas no mesmo período — um movimento que tem gerado discussões sobre a real capacidade de oferta do país.
Novas construções em 2024
Segundo o INE, em 2024 foram concluídos 28.494 unidades em todo o país, um crescimento de 6,8% em relação ao ano anterior. Desse total, 25.311 eram novas construções destinadas à habitação familiar, o que representa um avanço de 9,6%. Apesar do resultado positivo, o ritmo ainda está longe de acompanhar a demanda cada vez mais aquecida.
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Vendas de imóveis em alta
No mesmo período, o número de transações foi muito superior: 156.325 casas vendidas em 2024, uma alta de 14,5% em relação a 2023. Desse total, 124.445 foram imóveis usados (crescimento de 14,4%) e 31.880 imóveis novos (alta de 13,4%). Isso significa que, no universo dos imóveis novos, o número de transações superou os 25.311 unidades concluídas em 2024, criando a leitura de que a nova oferta teria sido “absorvida” por completo pelo mercado.
Uma leitura que exige nuance
Apesar da manchete impactante, é importante entender o contexto. O fato de as vendas de imóveis novos terem ultrapassado as conclusões de 2024 não significa que todo o estoque recém-construído foi vendido no mesmo ano. Muitos desses 31.880 imóveis transacionados podem ser de construções concluídas em anos anteriores e que permaneceram disponíveis até então. Ou seja, a procura está de fato acima da nova produção, mas não se trata de uma correspondência direta entre construção e venda.
Preços continuam a subir
Com a procura bem acima da oferta, os preços seguiram em alta. O INE aponta que o preço mediano de alojamentos familiares em 2024 foi de 1.777 euros por metro quadrado, representando um aumento de 10,3% face a 2023. Mais uma vez, a valorização foi mais acentuada nos imóveis usados, localizados em áreas já consolidadas, do que nos novos, cuja oferta é mais limitada.
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